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domingo, 6 de setembro de 2009


Sobrou os escombros e a poeira que sobe e escurece o céu. O dia cinza que passa lento deixa triste o olhar de quem perdeu tudo. E não é perder algo, do tipo que se trabalha e se conquista de novo. É perder o olhar terno. É perder o olhar sedento que te desejava. É ver ir embora o amor, já frio, pela janela do ônibus. É acordar sem o interesse pela vida, porque o mesmo se esvaiu, enquanto dormia. E fica a sensação, de que tudo parece igual. o frio o calor, a fome. nada faz efeito. seu corpo não sente. A única coisa que realmente dói e o coração. Parece bater contra a vontade. A garganta se fecha e o ar encontra dificulade de passar. E não se consegue ver, da altura que está, nem sequer um fio de luz. Um grande poço onde, no mais, o próprio eco, faz companhia.


Na minha mente tem cheiro de chá. tem bolo fresco de fubá e janelas abertas. Tem vento frio entrando pelas janelas abertas. Tem céu nublado. Na minha mente, tem árvores na paisagem. Tem montanhas verdes meio cobertas pela neblina. Isso, também tem neblina. Na minha mente, tem uma piano tocando. também tem caneta e papel. Sai fumaça da minha xícara de chá. A música me dá calafrios, o vento frio me deixa entorpecido, o céu me deixa melancólico, minha mente, sim, na minha mente também tem melancolia...


No chão a certeza do caminhar.
Andar de braços abertos esperando o vento na contra-mão.
Nas costas a mochila com suas lembranças.
A água que cai molhando o caminho não faz recuar.
Nem mesmo A febre dos tempos difíceis intimida a jornada.
Porque não há nada que faça valer a pena ficar inerte.
Não com tanto chão pela frente.
E no caminho, ficam os fracos que desistiram de caminhar.
E eles olham com dificuldade para a jornada dos que seguem,
e comentam entre si: "Não vão conseguir".
Talvez não consiga. Mas há a certeza de que, se não conseguir chegar
valeu a pena, pelo menos, o caminhar.
thiago da silva B.


Quantos sonhos em sonhos acordo aterrado
A terrores noturnos minha alma se leva
É um insight soturno é o futuro passando
Na velocidade terrível da queda
Na velocidade terrível da queda
Quantos sonhos em sonhos acordo aterrado
A terrores noturnos minha alma se leva
É um insight soturno é o futuro passando
Na velocidade terrível da queda
Na velocidade terrível da queda
Ante o colapso final a vertigem
próximo ao chão a penúltima descoberta
Que a lógica violenta das cores tinge
A velocidade terrível da queda
A velocidade terrível da queda
Como cair do céu é tão simples
Queda que a tudo e a todos transforma
Ah! as bombas, a chuva, os anjos e seus loucos
O mundo todo na velocidade terrível da queda
O mundo todo na velocidade terrível da queda
Resvalando em abismos um pôr do sol furioso
Que a sensação de perda ao ver exagera
É o desespero vermelho de um apocalipse luminoso
Ejaculado da velocidade terrível da queda
Ejaculado da velocidade terrível da queda
Diante do medo um sorriso aeróbico
Nas bochechas a caimbra de uma alegria incompleta
Nada como um sorriso burro e paranóico
Para não perceber a velocidade terrível da queda
Para não perceber a velocidade terrível da queda
Lobão


Sou o fantasma de um rei
Sou o fantasma de um rei
Que sem cessar percorre
As salas de um palácio abandonado...
Minha história não sei...
Longe em mim, fumo de eu pensá-la, morre
A ideia de que tive algum passado...
Eu não sei o que sou.
Não sei se sou o sonho
Que alguém do outro mundo esteja tendo...
Creio talvez que estou
Sendo um perfil casual de rei tristonho
Numa história que um deus está relendo...


E mais uma vez, mudança. Mudança de hábito. De família. Mudança de aroma, de casa, de ano. Vou mudar também de humor. Muitas e muitas vezes. Vou oscilar. Vou perder a calma, beber, gritar, xingar aos 4 cantos da terra, colocar a culpa nos cromossomos, parar de respirar por um tempo, colidir com alguém na calçada e não me desculpar... Mudar de endereço. De personalidade. de Cultura. Vou comer com a boca aberta, cuspir no corredor do hospital, vou jogar meu amor na primeira lata de lixo que encontrar, sentar no banco da praça e chorar. Vou mudar de carreira. de peso, de altura, de cor. Por que não de sexo? Mudar de jeito. Mudar de moeda, de comédia pra terror, mudar de planeta... Sair do sarcasmo entrar na ironia e terminar em samba... mudar de coração. Esquecer o amor na caixa de correio. Embebedar o gato. Começar a fumar, desenvolver um câncer, doar um órgão... Mudar de rota. De caminho. Mudar a direção das coisas e das pessoas. Saír dos trilhos. Descarrilhar num penhasco e fechar os olhos. Não acordar. Sonhar com o impossível e fazer dele a verdade absoluta.


E no fim, não há um pote de ouro. As portas e janelas fechadas estão agora escancaradas para o novo amanhã. Que entre o vento frio, e a chuva, e as folhas, e a poeira, e o que mais puder trazer o vento. O café fresco de manhã traz lembranças de um tempo bom. O som da chuva lá fora batendo nas folhas e nas coisas, e nas pessoas é fascinante. O som da guitarra tocando no rádio provoca arrepios. O gato dorme no sofá. A louça limpa na cozinha deixa o ambiente mais agradável. Caixas cheias de objetos que antes estavam socados em gavetas e armários. No mais, um feriado.


Eu adoro Ficar sentado num banco ou numa pedra, olhando as árvores. Eu adoro árvores. Adoro As folhas secas no chão, coloridas. Adoro centros urbanos, mas não me considero urbano, nem do campo. Gosto da agitação dos centros urbanos, das multidões, das pessoas. Adoro a paz do campo. A simplicidade dele e da sua gente. Também adoro vento. Sempre gostei. Vento no rosto. Adoro andar de ônibus, e olhar a paisagem na janela, passando. Gosto de amigos. São importantes sim. Muito. Adoro Química. Suas fórmulas, suas reações, experiências... Adoro laboratórios.

Eu também gosto de Música. Adoro tocar violão. Cantar, mesmo que não cante bem. Gosto de ver as pessoas sorrindo. Adoro sorrisos. Deixam tudo em volta mais belo. Amo a chuva, e o frio. Amo internet, meus blogs... Amo minha amada. Amo gatos. Acho linda a cultura japonesa. Adoro filmes franceses, acho que o enfoque de câmera é fascinante. Adoro filmes. Adoro seriados. Adoro teatro. Gosto de rock britânico. Adoro beatles. Adoro comer massas, tipo lasanha de carne, pizza. Amo Coca-Cola (com gelo e limão, claro). Amo sexo. Muito. Amo independência. Adoro viver. Adoro dar conselhos, dar uma de psicólogo. Gosto de ajudar, de ouvir...


Tem muita gente preocupada com o caminho. Preocupada com o final do caminho. Tem gente passa a vida procurando seguir o que chamam de melhor caminho. Às vezes acho que algumas pessoas esquecem que, enquanto estão procurando o caminho certo, elas estão seguindo um único e definitivo caminho: o caminho do tempo. E esse caminho independe de vc achar ou não seu "melhor caminho"; A linha do tempo é comum à todos. E acho que esse deveria ser o único caminho que as pessoas devessem se preocupar de verdade. A certeza que temos, é o tempo real. Esse que vivemos neste exato segundo. Para o futuro, temos apenas fé. Fé, que tudo dê certo. Que de alguma forma, exista algo depois do caminho do tempo. Para o passado, temo a certeza do que se foi. Temos a experiência do caminhar da linha do tempo. E isso ajuda para andarmos melhor desse exato instante pra frente. Então por quê
não viver esse caminho do tempo, o melhor que puder? Achar o caminho certo, tendo um outro caminho mais importante bem na nossa frente? Pra quê? Pra ficarmos frustrados, por não conseguir viver nem em um, nem no outro? Não. Eu prefiro correr contra a ampulheta. Viver bem. E intensamente. Aproveitar cada milagre chamado : segundo. Segundos de vida, que se multiplicam com o correr do ponteiro. Sim, esse é para mim, o caminho. Enquanto ficar hipotetizando o futuro, nunca viverei o agora, em sua plenitude. Não adianta buscar por filosofias, religiões, terapias, remédios... Seja vc. Seja a melhor pessoa que vc puder ser, e viva. Faça sua parte, na grande organização chamada universo. Siga o caminho do tempo, e nele apenas viva. Não fique à contar os passos dos ponteiros. Enquanto ele corre, viva.


Eu recomendo ouvir Radiohead deitado numa cama. Recomendo sentar na calçada numa manhã de domingo pra ler um livro. Recomendo ver o flime"O entardecer de uma estrela" de madrugada, comendo bolo de chocolate. Recomendo escrever sobre o que te incomoda, e queimar o papel. Recomendo deixar caír água sobre seu rosto quando estiver calor. Recomendo jantar em família. Recomendo caminhar à noite pela rua. Recomendo correr, se quiser pegar o ônibus. Recomendo dar bom dia para o padeiro. Recomendo fazer compras, sem olhar o preço, compre o que você quiser. Recomendo observar a luz do sol, entrar pelas janelas da casa. Recomendo ter um cachorro. Recomendo fazer piada dos problemas que te perseguem. Recomendo escrever um livro, ainda que ninguém vá ler. Recomendo subir num lugar alto, onde você possa ver o sol entrar pelas nuvens, entre as montanhas...


Tenho medo de envelhecer. Mas não só de simplesmente envelhercer, mas chegar no final e perceber que não fiz nada pra mim. E talvez, Não tenha construído nada. Olhar nos olhos das pessoas e ver que não deixei nenhuma boa reflexão. Nenhum bom conselho. Nenhum Mistério. Morrer e sequer saber o motivo da caminhada. Envelhecer sabendo que toda minha juventude foi dedicada ao trabalho, em prol da sobrevivência, e não vivendo necessariamente; É triste o ponto em que chegamos. A humanidade trabalha, e não consegue viver. apenas trabalha. Envelhece e morre. Muita gente pergunta o sentido da vida. Ora, o sentido da vida, é vivê-la. Eis o sentido. E quando deixamos de viver, deixamos de fazer sentido.


A tristeza tem lá seus métodos de tortura. Ela manipula nossas mentes, com imágens falsas, com frases que ela sabe que vc se sentiria muito mal se ouvisse... ela enfraquece seu sistema imunológico, deixando vc vulnerável à resfriados e outras doenças irritantes... A tristeza é como uma moeda de duas caras. Porque também se pode curtir certa melancolia, certa tristeza. Meio maso, mas dá sim. Estranho dizer, mas quando estou triste, tenho a visão real das coisas. Quando fico triste, tenho noção exata do buraco à minha frente, onde, se eu escorregar, caio. É como se o véu que cobre o mundo caísse, como se eu arrancásse a máscara da vida e do mundo a minha volta quando fico triste. Uma alegria mórbida invade meu corpo.


A maquiagem esconde a ação do tempo. Esconde o correr frenético dos ponteiros do relógio. O sorriso esconde a dor. Ele camufla o que se tem por trás da retina. Nem todo mundo que sorri está feliz. Alguns estão só tentando engolir o que tem entalado na garganta. Alguns estão apenas tapiando o medo. Como diz a música "A QUEDA" do lobão: "Diante do medo o sorriso é aeróbico"... O palhaço nem sempre está feliz, apesar do constante sorriso no rosto. A maquiagem borra quando alguém chora. O sorriso enferruja quando estamos tempo demais segurando-o. E o show tem que continuar.


De manhã, quando acordo, faço um café preguiçoso. Arrumo uma mochila com o essencial para um dia de trabalho, ouço algum cd enquanto tomo café, as vezes assisto um dvd do The Smith. Vou para o trabalho, as luzes da cidade ainda estão acesas, ainda é escuro e sem vida. No ônibus, enquanto olho pra janela, o sol vem se mostrando, como uma criança com vergonha, que depois de um tempo, se solta e faz coisas que ninguém acredita. No trabalho, vejo e falo com pessoas que não gosto. Gente falsa. Gente ruim. Gente que passaria com uma draga por cima de mim, se tivesse uma. Trabalho em lugares altos. de lá posso ver uma paisagem maravilhosa. Esses dias tenho trabalhado de frente pra praia. Nossa que vista. Almoço sem a menos vontade de comer. O calor tira minhas forças. Az vezes canto pra passar o tempo. Venta muito onde trabalho. Adoro vento. desses fortes, que parecem que tem força pra levar tudo o que há de ruim em volta de vc. Na volta pra casa o cansaço é visível no reflexo do meu rosto na janela do ônibus. As luzes da cidade se ascendem novamente, e as pessoas, agitadas, voltam prara seus lares. Chego em casa, tomo banho, e como algo antes de dormir, e repetir o ciclo tudo de novo...



Esta que me acompanha às vezes, me deixa com um enorme buraco na mente. Fico vendo pequenos fragmentos do filme da minha vida passando pela minha cabeça, com direito a som e tudo. Depois, aos poucos, as imagens vão sumindo e torno a ver o vazio. E fico com pedaços de músicas passando na minha cabeça. Fragmentos de sons que eu ouvia, e que fizeram toda a diferença. Às vezes me pergunto, se eu deveria mesmo seguir tudo isso. Sei lá, fazer parte de todo esse conjunto. Escovar os dentes de manhã, comprar enlatados no supermercado, pegar um ônibus, pagar a conta de luz, beber coca-cola, ouvir música, fazer amor, brigar com alguém, sentir saudade, dor... me pergunto se as coisas ainda fazem sentido... Será que eu ainda devo fazer karatê? Devo parar de engordar? Pra quê tanta ansiedade? Será que eu também devo construir um muro? Também devo me candidatar a presidência?




"Os sonhos são como Deuses,

quando deixamos de acreditar,

eles deixam de existir"


Marina Lima

Something (tradução) The Beatles

sábado, 4 de julho de 2009




Composição: George Harrison

Há algo no jeito em que ela se move
Que me atrai como nenhuma outra
Alguma coisa em seu jeito me agrada

Eu não quero deixa-lá agora
Você sabe que acredito e muito

Algum lugar em seu sorriso, ela sabe
Que não preciso de outra
Algo em seu jeito que ela me mostra

Eu não quero deixa-lá agora
Você sabe que acredito e muito

Você me pergunta se meu amor vai crescer
Eu não sei, eu não sei
Fique por perto e você vai ver
Eu não sei, eu não sei

Alguma coisa em seu jeito, ela sabe
E tudo que tenho de fazer é pensar nela
Algo nas coisas ela me mostra

Eu não quero deixa-lá agora
Você sabe que acredito e muito